quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mesa-redonda "Financiamento das pesquisas e produtivismo acadêmico"

A Associação dos Pós-graduandos da UFRJ (APG) realiza, nesta quinta (2/09), a palestra e debate “Financiamento das pesquisas e produtivismo acadêmico”, com os professores Valdemar Sguissardi, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), e Roberto Leher, da Faculdade de Educação da UFRJ (FE). Os convidados discutem os impactos das políticas educacionais relacionadas ao financiamento das pesquisas e da pós-graduação nas universidades, como o modelo Capes de avaliação.
O evento ocorre a partir das 17h30 no Anexo da Faculdade de Educação, sala A-101. O endereço é Av. Pasteur, 250 – Campus da UFRJ na Praia Vermelha. A entrada é franca.

O financiamento das pesquisas e o produtivismo acadêmico são temas que estão presentes diretamente no dia-a-dia dos pesquisadores (alunos e professores) dentro das universidades.

Desde a década de 1990 temos acompanhado os impactos da reforma do Estado no ensino superior brasileiro, que resultaram na mercantilização da educação e a adoção de uma lógica gerencial de racionalização e otimização dos recursos públicos, com as conseqüentes parcerias entre as instituições públicas e as privadas.

Nos últimos anos, outras iniciativas do governo, como a promulgação do decreto 6.096/07 (REUNI), têm posto em curso a reestruturação e a expansão das universidades federais. Apesar da versão oficial do governo federal de que houve avanços significativos no financiamento público das pesquisas, existem diversos questionamentos que apontam a manutenção do viés mercadológico no ensino superior. Portanto, é preciso debater as implicações das recentes políticas educacionais para a comunidade acadêmica (professores, estudantes e técnicos-administrativos).

No que diz respeito ao financiamento das pesquisas e da pós-graduação nas universidades, a implantação do “modelo CAPES de avaliação”, a partir de 1996-97, tem gerado uma série de debates e críticas, sobretudo por conta de pontos como: a padronização proposta para todas as áreas (inclusive as ciências humanas e sociais), apesar de ter sido fortemente inspirada pelo tipo de pesquisa mais valorizado nas áreas ditas mais duras (especialmente as ciências físicas e biológicas e áreas tecnológicas); o curto tempo de três anos (avaliação trienal) para avaliar com precisão os Programas; a lógica do ranqueamento e competição entre os Programas da mesma área; a priorização dada a critérios quantitativos em detrimento dos qualitativos; a inexistência de auto-avaliação no interior dos Programas; a pouca preocupação em avaliar a qualidade acadêmica através das dissertações e teses; a não-participação dos pós-graduandos no processo de avaliação.

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