A Faculdade de Educação aprovou em sua Congregação sua transferência para o campus da Ilha do Fundão. Porém, essa aprovação não foi incondicional: a transferência só será efetivada se a Reitoria cumprir as condições mínimas necessárias para o funcionamento definitivo da Faculdade de Educação em seu novo campus. Essa foi a posição da Congregação. Nós, estudantes de pós-graduação, estamos lutando para garantir que essas demandas sejam realmente cumpridas e que a transferência represente uma melhoria real das condições de trabalho e aprendizagem na Faculdade de Educação.
A discussão sobre a transferência da Faculdade de Educação (FE) para o campus do Fundão, embora bastante antiga, atualmente está inserida no contexto do reordenamento político-espacial previsto pelo Plano Diretor, uma maneira de viabilizar a reestruturação da universidade pautada pelo REUNI[1]. Na sessão da Congregação da FE ocorrida em 16 de abril de 2009, foi aprovada uma possível transferência da FE para o campus do Fundão, com a ressalva de que sejam asseguradas condições mínimas para sua efetivação.
O principal argumento favorável a essa transferência é que a localização da FE no campus da Praia Vermelha dificulta uma integração maior desta unidade com as licenciaturas. A FE é a responsável pela formação pedagógica de todos os cursos de licenciatura da universidade e esta formação deve ser indissociável do currículo e da estrutura dos cursos, incluindo os componentes específicos de cada curso de licenciatura. Portanto, apesar de uma transferência da FE para o campus do Fundão – onde está localizada a maioria das unidades que apresentam cursos de licenciatura – não garantir tal integração com as licenciaturas, esta poderia facilitar bastante. Atualmente, a FE só tem um maior contato com o curso de Pedagogia. A intenção é ampliar o contato com as demais unidades.
Embora os estudantes do PPGE (Programa de Pós-Graduação em Educação) estivessem sem representação nas sessões da Congregação da FE do início do ano, conseguimos nos mobilizar nos primeiros meses de aula para intervir na discussão sobre a transferência da FE. Nesse contexto, em que a transferência já havia sido aprovada, realizamos algumas reuniões entre os pós-graduandos para eleger novos representantes e desse modo intervir nos órgãos deliberativos da FE, sobretudo na Congregação.
Elaboramos um documento que apontava as condições mínimas necessárias para a transferência da Faculdade de Educação para o campus do Fundão. Este foi levado à Congregação e teve boa aceitação pelos demais membros, inclusive tendo algumas de suas colocações incorporadas ao documento oficial da Faculdade de Educação enviado à Reitoria.
Dentre os pontos que nós, pós-graduandos, levantamos, destacamos que a luta não se acabou no momento em que a Congregação da FE aprovou a transferência condicional para o Fundão. A aprovação não foi um pacote fechado, mas uma abertura para a negociação. Se as contrapartidas não forem atendidas, a FE deve preservar a prerrogativa de se recusar a efetivar a transferência. Destacamos, portanto, a importância de “lutar para que tais condições sejam atendidas ou então para que não haja transferência da Faculdade de Educação no caso destas não serem atendidas”.
Com relação às condições, o nosso documento apontou para a “garantia da ampliação do atual contingente de professores concursados e a diminuição radical do número de substitutos, além de garantir a quantidade necessária de técnico-administrativos”, e “as necessidades de ampliação da assistência estudantil, do número de bolsas, dos restaurantes universitários, das vagas nos alojamentos e de melhoria das condições de infra-estrutura, transportes e segurança na Ilha do Fundão”.
Outra colocação que fizemos foi sobre a real ordem dos recursos financeiros que será disponibilizada para que sejam atendidas as reivindicações feitas, sejam as mais específicas ou as mais gerais. Num contexto de crise econômica e contingenciamento de verbas públicas, é preciso que a Reitoria explicite o quanto está disponível para efetivar as condições mínimas para a transferência.
Na Congregação do dia 12 de maio de 2009, as últimas modificações foram feitas e o documento final com as condições para a transferência da FE foi finalizado e aprovado. Após algumas confusões com a data da entrega, o documento chegou às mãos do reitor no dia 20 de maio. Na sessão seguinte da Congregação, os representantes dos pós-graduandos fizeram uma crítica à forma como foi apresentado o documento oficial da FE à Reitoria. Em nosso entendimento, a entrega deveria ter sido destacada como um ato político, em que se comprometessem ambos os lados com as condições mínimas necessárias para a transferência e que ficasse explícita a posição da FE de recusar a mudança caso as condições não fossem aceitas. Por isso, propusemos, em Congregação, que sejam marcadas novas reuniões com a Reitoria para saber seu posicionamento em relação às reivindicações feitas pela FE e acompanhar o processo de transferência. Tal proposta foi bem aceita. A idéia é que a primeira reunião ocorra no início do próximo semestre.
Cabe agora cobrarmos essas reuniões com a Reitoria para comprometê-los com um projeto que garanta nossas reivindicações de melhoria da FE!
domingo, 31 de janeiro de 2010
Por melhor acesso à moradia para os estudantes externos (agosto/2009)
Todos os anos, profissionais de diversas regiões do Brasil e de outros países, principalmente da América Latina, buscam a pós-graduação da UFRJ para aperfeiçoar seus conhecimentos devido ao prestígio internacional desta universidade. A atração de estudantes de outras cidades, regiões e países é, por sua vez, um indicador da qualidade e da importância de um programa de pós-graduação. Porém, para efetivar essa opção de estudar na UFRJ, os obstáculos encontrados pelos mestrandos e doutorandos não são poucos, levando muitas vezes à desistência.
Um dos problemas mais graves é o da moradia. O ideal seria a própria existência de um alojamento direcionado para os pós-graduandos, objetivo que pode ser pensado a médio e longo prazo. Conseguir um fiador na cidade é uma das maiores dificuldades para os estudantes que chegam ao Rio de Janeiro para alugar um apartamento. A negociação é feita diretamente pelo aluno portando uma declaração com o valor da bolsa, que muitas vezes é desconsiderada pelos locadores e imobiliárias. O aluno perde muito tempo com as burocracias exigidas e acaba restringindo as possibilidades de locais e preços. A única saída é apelar para as imobiliárias que aceitam depósito de três meses adiantado (calção) ou o seguro fiador, mas isso onera excessivamente os processos, o que muitas vezes inviabiliza a permanência do aluno.
Há inúmeros trâmites burocráticos para alugar um apartamento. O vencimento das bolsas ocorre somente após o primeiro mês de aula. E muitas vezes o desconhecimento sobre a cidade, seu custo de vida e a situação da segurança inibem a vinda de estudantes externos para a UFRJ. Apesar dos fatores irreversíveis, a Universidade poderia se tornar uma universidade mais acessível aos estudantes vindos de fora, através de medidas simples, que facilitariam muito a vida desses estudantes.
Nossa proposta para o momento atual é que a UFRJ possa disponibilizar um setor para facilitar a instalação na cidade do Rio de Janeiro de novos alunos externos vinculados aos programas de pós-graduação. A organização de um setor, vinculado à Pro Reitoria de Pós-Graduação (PR-2) ou à Divisão de Assistência Estudantil (DAE), com um profissional responsável, serviria para auxiliar os alunos em problemas de documentação, moradia e informações gerais.
Sugerimos algumas medidas concretas para facilitar os trâmites dos pós-graduandos vindos de fora da cidade ou do país. Esses pontos foram discutidos nas reuniões da APG a partir de uma iniciativa dos alunos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (Metalmat). Em agosto, levaremos essas propostas à Reitoria e desejamos que sejam concebidas, juntamente com a APG, alternativas para viabilizar as medidas aqui descritas.
- Informações sobre os documentos (CPF, RNE) necessários para a legalização do estudante no Brasil, inclusive para a abertura de contas bancarias; informações sobre as datas de vencimento das bolsas e localização da agência no campus – podendo inclusive haver um acordo prévio para que a UFRJ envie a relação de alunos estrangeiros que necessitam abrir conta sem esperar pela comprovação de 12 meses de residência na cidade, exigida pelas agências;
- Informações sobre o custo médio mensal para moradias em bairros distintos da cidade (incluído os serviços), quais os bairros são aconselhados para cada perfil; vagas disponíveis para compartilhar uma moradia, transporte público, dentre outros;
- Intermediação com imobiliárias para dar credibilidade às transações de aluguel, podendo haver um banco de dados com imobiliárias que disponibilizassem imóveis para alunos vindos de fora sem a exigência de fiador.
Um dos problemas mais graves é o da moradia. O ideal seria a própria existência de um alojamento direcionado para os pós-graduandos, objetivo que pode ser pensado a médio e longo prazo. Conseguir um fiador na cidade é uma das maiores dificuldades para os estudantes que chegam ao Rio de Janeiro para alugar um apartamento. A negociação é feita diretamente pelo aluno portando uma declaração com o valor da bolsa, que muitas vezes é desconsiderada pelos locadores e imobiliárias. O aluno perde muito tempo com as burocracias exigidas e acaba restringindo as possibilidades de locais e preços. A única saída é apelar para as imobiliárias que aceitam depósito de três meses adiantado (calção) ou o seguro fiador, mas isso onera excessivamente os processos, o que muitas vezes inviabiliza a permanência do aluno.
Há inúmeros trâmites burocráticos para alugar um apartamento. O vencimento das bolsas ocorre somente após o primeiro mês de aula. E muitas vezes o desconhecimento sobre a cidade, seu custo de vida e a situação da segurança inibem a vinda de estudantes externos para a UFRJ. Apesar dos fatores irreversíveis, a Universidade poderia se tornar uma universidade mais acessível aos estudantes vindos de fora, através de medidas simples, que facilitariam muito a vida desses estudantes.
Nossa proposta para o momento atual é que a UFRJ possa disponibilizar um setor para facilitar a instalação na cidade do Rio de Janeiro de novos alunos externos vinculados aos programas de pós-graduação. A organização de um setor, vinculado à Pro Reitoria de Pós-Graduação (PR-2) ou à Divisão de Assistência Estudantil (DAE), com um profissional responsável, serviria para auxiliar os alunos em problemas de documentação, moradia e informações gerais.
Sugerimos algumas medidas concretas para facilitar os trâmites dos pós-graduandos vindos de fora da cidade ou do país. Esses pontos foram discutidos nas reuniões da APG a partir de uma iniciativa dos alunos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (Metalmat). Em agosto, levaremos essas propostas à Reitoria e desejamos que sejam concebidas, juntamente com a APG, alternativas para viabilizar as medidas aqui descritas.
- Informações sobre os documentos (CPF, RNE) necessários para a legalização do estudante no Brasil, inclusive para a abertura de contas bancarias; informações sobre as datas de vencimento das bolsas e localização da agência no campus – podendo inclusive haver um acordo prévio para que a UFRJ envie a relação de alunos estrangeiros que necessitam abrir conta sem esperar pela comprovação de 12 meses de residência na cidade, exigida pelas agências;
- Informações sobre o custo médio mensal para moradias em bairros distintos da cidade (incluído os serviços), quais os bairros são aconselhados para cada perfil; vagas disponíveis para compartilhar uma moradia, transporte público, dentre outros;
- Intermediação com imobiliárias para dar credibilidade às transações de aluguel, podendo haver um banco de dados com imobiliárias que disponibilizassem imóveis para alunos vindos de fora sem a exigência de fiador.
Retomada da APG em 2009 (do jornal de Agosto/2009)
No ano de 2009 iniciamos as atividades da APG com reuniões no Fundão e na Praia Vermelha. Estimulamos também reuniões de alunos e representantes nos programas. Esse boletim é resultado das discussões trazidas pelos pós-graduandos e debatidas nas reuniões.
No início de agosto, realizaremos uma nova reunião geral no Fundão, para prepararmos uma pauta de objetivos e reivindicações dos pós-graduandos a ser levada à Reitoria. Estamos passando um questionário sobre as condições da pós-graduação na UFRJ que ajudará no levantamento dos problemas referentes a cada programa e à UFRJ como um todo. Para passar este questionário no seu programa ou participar das reuniões da APG, entre em contato.
No início de agosto, realizaremos uma nova reunião geral no Fundão, para prepararmos uma pauta de objetivos e reivindicações dos pós-graduandos a ser levada à Reitoria. Estamos passando um questionário sobre as condições da pós-graduação na UFRJ que ajudará no levantamento dos problemas referentes a cada programa e à UFRJ como um todo. Para passar este questionário no seu programa ou participar das reuniões da APG, entre em contato.
Blog da APG-UFRJ
Este blog tem o objetivo de ser uma fonte de informações sobre as atividades da APG, em substituição do site que se encontra indisponível para atualização.
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